Foi disponibilizado pela Ludov há alguns meses o seu novo EP, chamado "Minha economia". O EP traz 4 músicas; "Minha economia", "O salto, a queda", Ela engana bem" e "Toda essa confusão", todas de autoria de Habacuque Lima e Mauro Motoki. O "Minha economia" traz uma prévia do que será o próximo álbum a banda que deverá sair no primeiro semestre de 2012.
Pra ir matando a curiosidade de saber como vai ser o próximo álbum, só baixando e curtindo este EP.
O papa da tropicália, o maestro Rogério Duprat decidiu em 1968 depois de trabalhar em álbuns de tantos artistas tropicalistas, lançar o próprio álbum. Contou com a ajuda dos Mutantes em algumas faixas e composições de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, John Lennon, Paul Mccartney, entre outros.
O próprio Duprat afirmou mais tarde não ter gostado tanto do álbum, por te-lo feito em condições de pressão em certas canções e o mesmo não ter saído da maneira que o imaginou. Este LP é disputado a tapas por colecionadores e bastante elogiado no meio cult, embora seja pouco ouvido pelo mesmo meio.
Outra coisa que chama bastante a atenção nesse disco é a capa, que grita incensantemente com uma espécie de colagens o quão é tropicalista.
Lançado na metade do ano, o EP "Devaneios" da Dani Carmesim traz influências do peso do bom e velho rock misturados ao som de ícones da música brasileira, como: Tom Zé, Di Melo, Novos Baianos, Gal Costa, Rita Lee entre outros.
Além das ótimas influências musicais o EP traz a belíssima voz doce e aveludada da Dani Carmesim juntamente com as suas composições que trazem letras que falam de amor e existencialismo com a leveza de um ser que exala sentimentos pelos poros.
"Devaneios" é um EP que ganhará mais faixas e o formato físico logo mais no ano que vem. Segundo Dani, já existem várias músicas compostas, o que falta no momento é escolher as que devem entrar nesse disco - que já tem nome escolhido e deverá se chamar "Insight" - e se juntar a sua banda de apoio que a acompanha nos shows, formada por André Oliveira na guitarra, André Williams no Baixo, Fernando Soares nos teclados e guitarras e Rafael Alvo na Bateria e entrar em estúdio para gravar.
Assista ao vídeo de "Devaneios", faixa título do EP de Dani Carmesim.
Um dos álbuns clássicos da fase psicodélica nordestina lançado na década de setenta. Fláviola e o bando do sol trazia Flávio Lira (Flaviola), Lula Côrtes, Pablo Raphael, Robertinho do Recife e Zé da Flauta. Esse quinteto foi o responsável pelas 13 faixas que compunham viagem sonora que misturava a sonoridade nordestina, pós-tropicália e as influências da psicodelia de outros continentes.
Infelizmente este é o único cd de Flaviola, mas foi o bastante para que o mesmo ficasse no hall dos melhores desta fase da música brasileira.
Mais uma banda que lança álbum no embalo do "Tsumangue", uma avalanche que chama bastante a atenção do cenário musical brasileiro nesse finzinho de 2011 para Pernambuco. Se trata da debutante Nuda com o seu "Amarénenhuma". Rock libertário de primeiríssima qualidade e com direito a influência de Bossa Nova e masterização de Dom Grossinger, o mesmo produtor de Flaming Lips e Pink Floyd, ou seja, debutando em grande estilo.
A Nuda vinha desde 2008 com seu EP Menos cor, Mas Quem, mas depois de tantas horas em shows e tantas músicas autorais, era necessário por a mão na massa e presentear o público com uma obra dessa.
Gaúcho, ex integrante da TNT e Cascavelletes, influenciado por Beatles e Mutantes, multi instrumentista e excêntrico. Uma combinação que só poderia dar no autor de um dos melhores disco da década. Este álbum faz uma compilação de ritmos e tendências musicais brasileiras desde a bossa nova até os tempos atuais. Pode se dizer que é um dos melhores álbuns da década pela mistura e riqueza de ritmos e melodias. Letras com motivações existenciais, românticas e até de auto ajuda recheiam esta bolacha. O disco de alta qualidade, como sempre, tem um maior reconhecimento na Europa que no Brasil, onde foi lançado um ano depois (2008). Vale a pena apreciar essa obra de arte de um dos mais criativos artistas gaúchos.
Já há alguns anos que a cena do rock instrumental brasileiro só faz crescer. Não apenas em subgêneros
tradicionais, como a surf music, o ska e o rockabilly, mas também com o experimentalismo presente em bandas da cena paulistana como o Hurtmold ou os cuiabanos do Macaco Bong. E a contribuição sempre original de Recife no instrumental de agora é o lançamento do primeiro álbum d'A Banda de Joseph Tourton. Mas o interessante é que, no caso desse quarteto, se o território não é tradição, também não é o seu oposto simétrico, a descontrução. A Banda de Joseph Tourton encontra jeito de combinar liberdade com elegância arejada. E, se é encantador de ouvir, não é nada fácil de explicar.
Pélico, no último 30 de outubro surpreende lançando seu cd de inéditas intitulado "Que isso fique entre nós". Carregado de poesia cotidiana e canções de amor, ele vem agradando a bons ouvintes com as 16 faixas de seu álbum que fazem jus ao título, mostrando que a obra tem um alto teor de intimismo. Intimismo este que não é prejudicial, digo muito pelo contrário.
A voz grave de Pélico e os metais que o acompanham fazem o ouvinte ter uma viagem dolorosa mas ao mesmo tempo boa. É como sonhar acordado.
Jean-Luc Godard, depois de experimentar várias radicalidades, demarcou o território impossível de um artista: “Ninguém faz duas revoluções”, e concluiu: “Ainda bem”. Era como se mandasse um recado e predestinasse uma outra voz para a esfinge, em forma de eufemismo, de paradoxo, de axioma. João Gilberto fez a revolução bossanovística; Oswald de Andrade, o pau-brasil/antropófago; Hélio Oticica, os parangolés do experimentar o experimental. Com a Tropicália, que, antes de estabelecer plenamente, foi “abortada”, pelo AI-5 e suas seqüelas, talvez a maldição godardiana foi diferente, cada tropicalista seguiu seu rumo. Com os Mutantes, não foi diferente. Arnaldo Baptista – Rita Lee & Sérgio Dias escreveram parábolas dentro e a partir de parábolas. Viveram suas possibilidades coletivas, paralelas e individuais. Arnaldo, na musicografia tropicalista e na própria música brasileira, é o artista que saques produziu para quebrar a maldição godardiana. Depois de ser o motor dos Mutantes. Depois de produzir os primeiros álbuns solos de Rita Lee _ Bluid up, 1970 e Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, de 1972. Depois de ir e vir. E partir para a carreira solo. Levou o conceito de radicalização ao extremo. Seu primeiro álbum-solo: Lóki? (Philips, 1974), é, até hoje, o disco mais visceralmente revolucionário da música brasileira . Com um instrumental mínimo – teclado (Arnaldo), contrabaixo (Liminha), bateria (Dinho) e backing-vocals (Rita Lee) – (o último encontro dos Mutantes), Lóki?, em dez canções, passa a limpo toda a era do rock and roll e o que poderia ter sido uma tropicália lisérgica. Sem dúvida, o melhor elenco de canções incluídas em um único álbum. O formato do álbum é conceituado. Os dois lados do disco abrem com canções chaves. O lado A com “Será que vou virar bolor” e o lado B “Ce ta pensando que sou Lóki?”. Ambas trazem as inquietações pós-Mutantes de Arnaldo. Qual o futuro? O esquecimento? (Bolor) ou A loucura? (Lóki?). As outras oito canções vão respondendo, cada uma, de uma forma e de um ponto-de-vista. A minimalista canção final “È fácil”, responde com uma melodia supertrabalhada e uma miniletra: nem o esquecimento nem a loucura, mas a genialidade da música. É fácil! As outras canções são: “Uma pessoa só”, única faixa herdada dos Mutantes, da época do A e o Z. Canção utópica que aponta para a plenitude da convivência humana, em um único corpo e em um único projeto de vida. “Não estou nem ai” é a antítese de “Uma pessoa só”, o antípoda que nega os projetos utópicos e enfrenta o mundo material, o instant karma da vida cotidiana. Continuando, a quarta canção do lado A é “Vou me afundar na lingerie” é a terceira possibilidade, nem o mundo utópico, nem a dureza da vida cotidiana, mas o hedoismo, o ócio, a prequiça como destruidores das opressões e barras-pesadas. Fechando o lado A, a instrumental “Honky tonky”, com apenas Arnaldo no piano, em um misto de boogie woogie e levada trans-stoneana, trans-“Honky tonky woman”. O lado B, depois de “Ce ta pensando que sou Lóki?”, traz “Desculpe”,uma releitura de “Desculpe, babe”, de Arnaldo Baptista & Rita Lee , do álbum A divina comédia ou ando meio desligado, dos Mutantes de 1969. É uma outra resposta para o impasse: esquecimento/ bolor/ lóki/ loucura. O “amor” como a grande questão. O dizer sim ou não. Perdoar ou não. Seguir em frente. A terceira canção “Navegar de novo” é uma resposta concisa. É o bola pra frente”, “o enfrentar as intempéries” e “seguir”. A Cançao sequinte “Te amo podes crer” é, talvez, a obra-prima das canções de amor do rock brasileiro. Em dois minutos e cinqüenta segundos, Arnaldo faz um tratado das dores de amores, um Werther, um Tristão e Isolda, um Romeu e Julieta com piano, sintetizador, contrabaixo elétrico e bateria. Fechando, a chave-de-ouro de “É fácil”. E o conceito faz clique e se completa. Na era do CD, algumas informações se perdem, mas uma que, no vinil, fazia muito sentido ainda vale ser comentada. Os dois lados do disco (A e B) trazem exatamente 16 minutos e 50 segundos, nem um nem dois segundos a mais ou a menos. E no rodapé da ficha técnica, uma única nota: “Este disco é para ser ouvido em alto volume”. Aumentar o volume não só do aparelho, mas do rock e das emoções primitivas de cada um.
(Texto original de Marcelo Dolabela - bhz out/nov 1999).
Um dos mais aguardados de 2011, "Chão" enfim é lançado. Lenine faz um disco intimista e cheio de particularidades, como por exemplo; o disco teve chiados e ruídos mantidos propositalmente. Um bom exemplo é a do pássaro que invadiu o estúdio durante a gravação. Outra particularidade foi a de que não foi utilizada bateria nas músicas, o que deu ao álbum um tom mais sintético e eletrônico.
A composições continuam as mesmas ou até melhores. Como um bom vinho, Lenine se mostra em seu 10º álbum, um compositor mais ousado e com os sentimentos mais aguçados, o que resulta em um ótimo álbum. A arte da capa traz uma foto de família; seu neto dormindo sobe seu peito (família/chão). Obra de arte em todos os sentidos.
O sucesso tardio nunca fez mal a ninguém. E foi assim que aconteceu com Junio Barreto. Um artista que só foi descoberto e dado seu devido valor quando já estava maduro de fato. O pernambucano que já tocou numa banda de rock gótico, lança seu disco "Setembro" que tem esse nome por ser o mês que em o sol aparece após o inverno. O disco traz a produção assinada por Pupillo e Dengue, os mesmos da Nação Zumbi e também vários amigos do artista como: Chiquinho, Victor Araújo, Marina de la Riva, Mombojó, Luiza Maitá, Gustavo Ruiz, Júnior Boca, Seu Jorge, Céu, entre mais músicos da nova cena da música brasileira executando seus instrumentos para o registro dessa obra prima. O disco traz consigo além das raízes do Junio Barreto, as influências de cada participante amigo do artista. Um disco que pode rolar por vários setembros a fio.
Composto pelos compositores Rômulo Fróes, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci e pelo baixista e produtor musical Marcelo Cabral, o álbum "Passo Porto" é uma síntese do que acontece com a cena do samba atual. Cada um dos compositores tem suas carreiras solo e contribuem entre si em composições conjuntas, tendo essas gravadas em seus discos solo. Os músicos são parceiros não somente nas composições, mas também nos shows e discos como instrumentistas também.
O álbum traz um samba paulista contemporâneo e de ótima qualidade. O baixo do produtor Marcelo Cabral faz uma catalização das letras e melodias, formando uma experiência única. Tendo em vista os trabalhos antecessores dos 4 músicos, imagina-se o quão prazerosa é a audição do "Passo Torto".
A cada novo disco que lança, a banda de Fred 04 se mostra mais ativa do que nunca. Há alguns dias atrás vazou o disco de inéditas do Mundo Livre S/A, que tem um título um tanto quanto curioso; "Novas lendas da etnia Toshi Babaa". Tanta excentricidade no título do álbum serviu também para chamar a atenção, mas nem houve a necessidade disso. O som pode ter mudado um pouco mas a essência das canções de Fred 04 não mudaram. O swing a la Jorge Benjor prevalece tão forte quanto na época inicial do manguebeat.
Um disco cheio de canções e dentre elas já existem apostas para hits, como: "Eduarda fissura do átomo", "Se eu tivesse fé - fushing shit" e a ótima "Ela é indie".
Pertencente aos cantores vindos do Ceará na década de setenta como Ednardo e Fágner, Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, ou simplesmente Belchior, é um compositor e cantor cearense dono de composições como "Apenas um rapaz latino americano", "Paralelas" e "Como nossos pais".
Na década de setenta, Belchior após ter largado a faculdade de medicina para se dedicar a música, dá início a sua carreira se inscrevendo em festivais e concursos e a partir daí ele consegue gravar seus discos e no segundo ele se consagra pra sempre na música brasileira. Fiquem com "Alucinação", sua obra prima.
A banda mais Olindense que se tem conhecimento - Eddie - lança álbum novo e o nome não poderia deixar de remeter a Olinda; "Veraneio". O álbum já foi disponibilizado gratuitamente no site da banda nesse início de semana. O disco tem as participações e contribuições de amigos da banda como: Otto, Junio Barreto, Lirinha e Karina Buhr eErasto Vasconcelos, sendo estes dois últimos, amigos de longa data.
Esse álbum não lembra tanto o seu trabalho anterior, o "Carnaval no inferno", mas chega a ser superior em vários pontos. Os sintetizadores/teclados ganharam mais espaço do que já tinham e as letras mostram um compositor com temas mais amplos que os dos álbuns anteriores.
Apesar dessas poucas mudanças, é que quando esse álbum toca no seu player, você consegue sentir o cheiro de maresia e o calor do sol de Olinda. É o mais puro Original Olinda Style.